Governo de SP bloqueia uso do Instagram, TikTok, Netflix e mais apps em escolas estaduais
O Governo do Estado de São Paulo bloqueou o uso de redes sociais como Facebook, Instagram, TikTok, Twitter e serviços de streaming como Netflix em escolas estaduais. A medida começou em 13 de fevereiro com cerca de 5.500 escolas recebendo o comunicado sobre a proibição.
Segundo a Secretaria de Educação do governo de Tarcísio de Freitas, a medida tem o objetivo de evitar conteúdos inapropriados nas escolas:
O objetivo da medida é focar no desenvolvimento da aprendizagem de qualidade, sem que haja a dispersão para conteúdos considerados inapropriados.
A suspensão de acesso a estas plataformas vale para acesso via WiFi ou internet conectada em todas as escolas estaduais de SP. Apesar disso, o comunicado afirma que o uso de conteúdo encontrado nelas continua sendo permitido para ensino:
O bloqueio do acesso a determinados aplicativos e plataformas não inviabiliza o uso de seu conteúdo para fins pedagógicos em sala de aula, como preveem as disciplinas que fazem parte do currículo paulista. Portanto, não há nenhuma restrição para análises, releituras, discussões e reflexões sobre as redes sociais e temas abordados nelas.
O bloqueio de acesso vale tanto para alunos quanto professores das escolas estaduais do estado de São Paulo.
Apesar de tudo, a medida já gerou controvérsias, pois o especialista em educação e deputado Carlos Giannazzi afirma que a proibição de uso de redes sociais nas escolas pode trazer prejuízos na aprendizagem.
Em seu comunicado ele diz:
Essa medida proibitiva representa um verdadeiro retrocesso é um grande prejuízo para a aprendizagem dos alunos, pois muitos conteúdos estudados em sala de aula, são ilustrados com imagens, vídeos, textos, reportagens, comentários etc., que estão nas redes sociais.
Visando discutir o assunto, Giannazzi fez um requerimento à Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e acionou o Ministério Público para que o secretário de educação de SP, Renato Feder, explique o motivo que o levou a bloquear estas plataformas em escolas.
O argumento de Giannazzi é que este tipo de bloqueio “abre a porta para a censura e a mordaça nas escolas” e é uma decisão “autoritária e excludente e não tem nenhum fundamento pedagógico”.
Em contrapartida, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) afirma que apoia o uso de tecnologias e aplicativos para práticas pedagógicas como o Centro de Mídia e o Diário de Classe SP, além de parcerias com Google Microsoft, que disponibilizam ferramentas e softwares feitos para as necessidades dos alunos.
Em janeiro, o governo de SP determinou que os alunos da rede estadual de ensino apresentassem comprovante de vacinação para estimular a imunização de crianças com idade entre 5 e 17 anos.