Doomscrolling: o que é e como evitar?

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Perder horas lendo notícias em redes sociais não é mais novidade para ninguém. As plataformas digitais e os seus algoritmos já tem lugar cativo na nossa sociedade. Mas desde o início da pandemia da covid-19 essa experiência não tem sido mais a mesma.

Cada vez mais, no Brasil e no mundo, as mídias transbordam de notícias ruins. São fatos escandalosos e desagradáveis que despertam sentimentos incômodos e até mesmo traumas em nós. Nos últimos anos navegar pelas redes tem sido sinônimo de chafurdar nesse meio. A tendência é tão comum, que ganhou nome lá fora: doomscrolling.

Com tanta notícia ruim, navegar nas redes sociais pode fazer mal (Fonte: Shutterstock)
Com tanta notícia ruim, navegar nas redes sociais pode fazer mal

O que é doomscrolling?

Em inglês a palavra “doom” faz referência ao juízo final, na fé cristã, mas que também ganhou uma conotação moderna associada com destruição ou ruína e “scrolling” é o ato de ficar passando pelas notícias ou publicações em redes sociais. Assim, o Doomscrolling é a tendência, às vezes involuntária, de navegarmos por notícias ruins

Desde a ascensão do coronavírus, os brasileiros aumentaram o tempo de tela. Ficamos muito mais conectado, e, de quebra, atento a informações como aumento no número de casos ou surgimento de novas variantes.

Doomscrolling é o hábito de navegar por notícias ruins (Fonte: Shutterstock)
Doomscrolling é o hábito de navegar por notícias ruins (Fonte: Shutterstock)

Mas não é só de pandemia que se alimentam as tragédias. Pode ser qualquer tema: política, guerra, tragédias naturais, crimes. Começamos a navegar e de repente vemos nossa timeline repleta de notícias trágicas.

Por pior que o hábito seja, podemos cair nele, e uma parte da culpa é do nosso próprio cérebro. Nós somos programados para dar atenção ao lado negativo da vida. Esse é uma ferramenta evolutiva para a nossa própria sobrevivência.

Com a pandemia a timeline foi inundada de notícias tristes
Com a pandemia a timeline foi inundada de notícias tristes

Ler notícias ruins o tempo todo faz mal

Para nossos antepassados, prestar atenção aos acidentes que aconteciam a sua volta era a principal forma de aprender a evitá-los. Aos poucos, com a evolução, fomos aprimorando nossa “antena para desastres”.

Mas no mundo moderno, essa habilidade pode nos trair, na medida que dar atenção tanta notícia ruim que sobrecarrega a nossa cabeça. O resultado deixa de ser uma vantagem para sobrevivência e pode se tornar um pesadelo.

O impacto do doomscrolling varia, podendo causar ou piorar diversos transtornos psicológicos e psiquiátricos, como ansiedade, depressão, ainda causando a sensação de isolamento. Estudos mostraram que as notícias relacionadas à covid-19 promoveram o aumento destes transtorno, prejudicando a saúde mental de quem os consome.

Outros sintomas do problema incluem distúrbios do sono, prejuízos no trabalho e até mesmo fobia social, por conta do estresse elevado. Além disso, quem é suscetível a problemas como infarto ou hipertensão pode ter agravamento na saúde.

Dicas para parar com esse hábito ruim

Em meio a tantas notícias ruins, existe uma boa: é possível parar com esse hábito. Muitas pessoas já venceram o problema e deixaram seus relatos na internet. Reunimos a seguir 5 dicas para vencer o doomscrolling.

1. Apele para os jogos de celular

Dois fatores contribuem para que a gente passe muito tempo nas redes sociais. Em primeiro lugar, elas são fáceis de acessar, estão sempre à mão no nosso celular. E depois são prazerosas.

Essa afirmação pode parecer estranha para quem sofre com doomscrolling, mas ela é verdadeira. Através dos likes e interações os aplicativos fornecem fontes de prazer em um nível mais profundo do cérebro, e ficamos viciados mesmo que elas nos façam mal.

Trocar o tempo das redes sociais por jogos no celular é uma boa saída para o problema (Fonte: Shutterstock)
Trocar o tempo das redes sociais por jogos no celular é uma boa saída para o problema

Por isso, uma boa forma de reduzir o tempo nessas plataformas é usando jogos de celular. Eles solucionam os dois problemas ao mesmo tempo pois, assim como as redes sociais, estarão sempre à mão.

E também fornecem estímulos que agradam o cérebro, alguns até mais que as redes, com o benefício de não carregarem conteúdos que podem ser considerados tão tóxicos.

2. Bloqueie as redes

Outra estratégia que pode ajudar é bloquear as redes, ou pelo menos reduzir o tempo gasto dentro delas. Uma boa maneira de fazer isso é escondendo o aplicativo dentro do celular (colocando dentro de pastas ou não os deixando na tela principal, por exemplo).

Aplicativos como o Social Fever ou o StayFree podem nos ajudar nessa tarefa, eles monitoram o tempo que o usuário passa nas redes sociais lembrando-os de fazer pausas, beber água e olhara para o mundo à sua volta.

3. Encontre um novo hobby

Para aqueles que não são muito fãs de jogos de celular, outros hobbies podem funcionar também. Você pode ler aquele livro parado na estante, montar um quebra-cabeças, desenhar, aprender um instrumento musical, começar uma nova série ou qualquer atividade que você curta fazer no tempo livre é válido. 

4. Busque histórias mais positivas

Dar um tempo das redes sociais é bom, mas não precisa ser a única opção. Outra alternativa é criar uma timeline menos deprimente. Busque páginas que façam trabalhos sociais para causas que você acredite ou, então, siga páginas de viagens, livros, filmes e outros interesses que você tenha.

5. Exercite-se mais

Adotar a prática de atividade física também é uma maneira de colocar fim ao doomscrolling. Ao invés de gastar horas nas redes sociais, se programe para gastar esse tempo fazendo exercícios físicos. Além de tirar a tela da nossa frente, eles também são excelentes para estimular o cérebro e ajudam em problemas como depressão e ansiedade.

Não se trata aqui de alienar-se do mundo e fingir que nada de grave está acontecendo. Pelo contrário, devemos adotar medidas no nosso dia-a-dia para nos prepararmos para lidar com os aspectos negativos do mundo a nossa volta, sem deixar que eles prejudiquem nossa saúde mental.

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