O que é AV1? Conheça o codec de vídeo que permitirá streaming em 8K

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Tecnologia pode ser considerada uma evolução em relação aos tradicionais H.264/AVC e HEVC, mas dispositivos mais antigos podem não ter suporte

O streaming de vídeo definitivamente veio para ficar. Se no passado limitações de banda ou de resolução de imagem eram um empecilho para que os mais exigentes adotassem essa forma de consumo, em breve é provável que nem mesmo os Blu-rays consigam oferecer melhor qualidade.
As transmissões em 4K ainda são uma realidade para poucos. É preciso ter em casa uma TV ou monitor compatíveis e internet banda larga com velocidade mais alta. Além disso, ainda falta conteúdo produzido em 4K em quantidade que justifique o investimento.

E o que falar então dos vídeos em 8K? Nesse caso, resoluções como essa ficam ainda mais distantes do dia a dia do consumidor em geral. E onde entram os codecs nessa história, mais precisamente o AV1? Sem ele não conseguiríamos sequer pensar na possibilidade de um dia termos transmissão de vídeos em 8K.

O que é AV1?

AOMedia Video 1 (AV1) é um codec de vídeo criado para ser o sucessor do HEVC (H.265) utilizado atualmente para transmissão de conteúdo em 4K HDR. Plataformas como Netflix, Amazon Prime Video, Disney+ e Apple TV utilizam o HEVC para oferecer a máxima qualidade de vídeo para os seus usuários.

Essa tecnologia foi desenvolvida pela Alliance for Open Media, um consórcio industrial composto por empresas como Amazon, Apple, Google, Intel, Microsoft, NVIDIA e Samsung, apenas para citar algumas, que visa criar padrões livres de royalties e que possam ser adotados em ampla escala pela indústria. Você pode conhecer mais detalhes sobre as iniciativas da Alliance for Open Media no site oficial.

Esses consórcios são necessários para redução de custos de desenvolvimento e implantação de novas tecnologias. Sem eles, as fabricantes de eletrônicos teriam que pagar mais caro para contar com essas novidades em seus produtos, o que consequentemente encareceria o preço final repassado ao consumidor.

Os desafios técnicos da evolução do codec AV1

Estudos realizados até agora mostram que o AV1 é até 30% mais eficiente do que HEVC em termos de compressão. É mais conteúdo em menos espaço. Porém, se há um benefício, há também uma contrapartida negativa: ele leva mais tempo para codificar os vídeos para esse formato. Portanto, há um impasse aí – e é exatamente o que as pesquisas da Alliance for Open Media visam resolver: encontrar um equilíbrio entre a eficiência de compressão e a velocidade com que isso acontece.

Em tese, em um ambiente com internet banda larga de alta velocidade, PCs com maior capacidade de processamento poderiam lidar melhor com esse tipo de conteúdo. Porém, quando falamos de produção, transmissão e consumo de imagens com esse nível de qualidade em smartphones, por exemplo, logo se vê que ainda há um longo caminho a ser percorrido, tanto em termos de hardware quanto de software.

Nominalmente, o codec AV1 pode transmitir vídeos em ultra-alta definição, com resolução 8K (7680 x 4320 pixels) a 120 FPS (frames por segundo) atingindo taxas de bitrate de até 800 mbps. Em termos de profundidade de cor há variações em 8-bit, 10-bit e 12-bit. Não restam dúvidas de que esse é o caminho do futuro, mas o quão distante estamos dele?

É possível assistir a vídeos 8K online? Que hardware eu preciso?

Algumas das principais empresas do mercado já iniciaram testes utilizando o codec AV1 para transmissão de conteúdo em ultra-alta definição. O Google inclui o AV1 no YouTube para exibição de vídeos em 8K. A Netflix já tem essa opção para alguns pouquíssimos títulos de teste disponíveis nos Estados Unidos.

Serviços como Vimeo, Facebook e Twitch também trabalham para implementar o codec AV1 em suas transmissões, mas esses projetos não devem ser concluídos antes de 2023. A expectativa da indústria é que até 2025 essa tecnologia esteja disponível em maior escala.

Na outra ponta também é necessário que exista compatibilidade a nível de hardware e software por parte dos dispositivos. Android, Google Chrome, Linux e Windows 10 já suportam esse formato, enquanto o MacOS e iOS da Apple ainda são incompatíveis com o AV1. Porém, até 2025 é bem provável que esse cenário mude, portanto não há motivo para correr e trocar seus dispositivos em razão disso.

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